A "explosão" de Cristiano Ronaldo
Sem futebol "a sério" cá por estas bandas, tenho olhado, ainda com mais atenção, para o que se passa em Inglaterra, onde aqueles "loucos" teimam em jogar quase todos os dias. E, ao contrário do que seria de esperar, não são os "soluços" do Chelsea, os incontáveis falhanços do Arsenal ou as habituais "guerras" envolvendo José Mourinho que mais chamam a atenção. Para mim, na actualidade, falar em futebol britânico começa ou acaba em Cristiano Ronaldo.
Tenho de admitir que nem sempre estive entre a enorme legião de adeptos do prodígio madeirense. E, claro, nunca foram as questões técnicas que me fizeram hesitar. Mais do que um par de exibições menos conseguidas, não apreciei algumas atitudes e declarações. A tentativa de forçar a saída do United, por exemplo, foi um episódio cinzento. Fiquei com a ideia que nem o futebolista, nem o homem, estavam a seguir o rumo indicado. Culpa dele? De mau aconselhamento? Não faço ideia.
Ser jovem, famoso e milionário é o sonho de muita gente, mas conviver diariamente com isso nem sempre é fácil, nomeadamente para quem tem origens humildes e, por força disso mesmo, é sujeito - num curto período - a mudanças bruscas no seu dia-a-dia. Ronaldo sofreu quando trocou o Funchal por Lisboa e, claro, voltou a vacilar quando passou de Alvalade para Old Trafford.
A pseudo-querela com Rooney durante o Mundial foi explorada, indecentemente, por uns quantos "inteligentes" e, num primeiro momento, o português cedeu à pressão. Tanto ou tão pouco que chegou ao ponto de dizer que o melhor era sair do United. Felizmente, não foi isso que sucedeu.
Corajoso e refugiando-se na sua singular capacidade técnica, Ronaldo ultrapassou as constantes vaias dos britânicos; viu Rooney confirmar que no Mundial não se passou nada de anormal; ganhou o respeito de técnicos, companheiros e adeptos e voltou a sorrir em Manchester.
Estamos a chegar ao final de 2006 e mesmo cometendo o risco de ser injusto para alguém (em Inglaterra actuam vários futebolistas que me impressionam), considero Cristiano Ronaldo o jogador do momento na "Premier League". Está cheio de confiança, parece capaz de destruir qualquer defesa, recebe elogios uns atrás dos outros, tem os adeptos e a imprensa nas mãos e, claro, ainda se dá ao luxo de marcar golos. E pouco lhe importa se são obtidos com os pés, cabeça ou de bola parada. A ideia é mesmo acertar nas redes adversárias...
Ronaldo é, por agora, um futebolista mais maduro, inteligente e fulcral. Para bem do próprio, do United e, por extensão, da Selecção Nacional. Não duvido que, mais tarde ou mais cedo, os galardões de melhor do mês em Inglaterra ou de melhor jovem numa qualquer competição internacional se transformem no título de melhor futebolista do planeta. Para que tal seja possível, contudo, muito ajudará a conquista de vitórias nas suas equipas (Manchester e Portugal). Em Inglaterra, acredito que 2007 já lhe trará algo de bom, mas o meu desejo é que o prémio gordo apareça em 2008, durante o Europeu.
Com apenas 21 anos, Ronaldo tem tudo para se tornar num caso invulgar. Com a cabeça no seu devido lugar e os pés bem assentes na terra, o madeirense vai conseguir ultrapassar as internacionalizações de Figo e mesmo o recorde de golos de Pauleta. Mas, repito, tudo isso serão "pormenores" comparado com a possibilidade de, em 2008 ou mais tarde, conseguir levantar a taça correspondente ao título europeu ou mundial. Eu acredito!
em:record.pt
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